60% das vagas no mundo são de empregos informais

Na semana em que se comemora o Dia do Trabalhador, um relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho, a OIT, mostra que os empregos informais já representam mais de 60% das vagas em todo o mundo. No total, são mais de dois bilhões de pessoas sem contratos fixos ou carteiras assinadas.

 

Nas economias mais ricas, a média de vagas informais fica em 18,3%. Já nas economias em desenvolvimento e de menor renda, como é o caso do Brasil, esse índice salta para 79%. Isso significa que, se o trabalhador vive em uma nação com economias mais frágeis, ele tem quatro vezes mais chances de ficar em um posto informal do que aqueles em áreas com melhores indicadores.

 

No recorte por gênero, a informalidade atinge mais homens (63%) do que mulheres (58%). Já na análise por faixa etária, o trabalho informal é mais comum entre jovens (77%) e idosos (78%). Nas pessoas com idades entre 35 e 54 anos, o índice cai para 55%.

 

O estudo também avaliou como a educação formal se relaciona com a informalidade e chegou à conclusão de que quanto maior a escolaridade, maior o percentual de trabalho formal. Enquanto metade das pessoas nos postos informais não tem educação formal ou não ultrapassaram o nível primário, apenas 7% tem grau de formação elevado.

 

Segundo a OIT, a informalidade traz como consequências a má qualidade do trabalho e a queda de rendimentos e proteções sociais aos trabalhadores.

 

No Brasil, o desemprego ainda assombra os brasileiros. É o que mostram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua. A taxa de 12,2% aponta que 12,7 milhões brasileiros estão em busca de emprego. Desde janeiro do ano passado, o número de pessoas empregadas no país aumentou em 1,8 milhão de pessoas. No entanto, a informalidade ainda é uma realidade comum no país.

 

Dos postos de trabalho criados, apenas 317 mil poderiam ser considerados trabalhos formais. Ao menos 986 mil são de trabalhadores autônomos, 581 mil pessoas sem carteira assinada, 79 mil trabalhadores familiares auxiliares e mais 267 trabalhadores domésticos.

 

Os números oficiais do Ministério do Trabalho, entretanto, ressaltam o crescimento no emprego formal. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, foram abertos mais de 56 mil postos de trabalho em março, uma alta de 0,15% em relação ao mês anterior. Segundo os dados, foi o melhor mês de março para o mercado de trabalho brasileiro desde 2013, quando o saldo atingiu mais de 183 mil novos postos.

 

No acumulado do ano, o aumento total é de 204.064 empregos, equivalente a uma expansão de 0,54% em relação ao estoque do final de 2017. Nos últimos 12 meses, houve acréscimo de mais de 223.360 postos de trabalho, um crescimento de 0,59%, segundo o Ministério do Trabalho.

 

Agência Brasil

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