“Ataques violentos impulsionam o trabalho missionário na África”, diz líder local

Ataques ligados a grupos radicais islâmicos estão acontecendo toda semana, na África, deixando a segurança local bastante preocupada com a vasta área do continente. Isso está afetando as atividades de igrejas em várias regiões. Mas o Reverendo Reuben E. Ezemadu, Coordenador do Movimento de Iniciativas Nacionais Africanas (MANI), uma iniciativa que visa mobilizar as igrejas africanas para o envio de missionários africanos, disse ao World Watch Monitor que a violência tem pelo menos um inesperado efeito positivo: impulsionar o trabalho missionário na África.

 

“A violência constitui um verdadeiro desafio para as igrejas e o trabalho missionário. Por outro lado, as pessoas que fogem dessa violência podem chegar a lugares onde são alcançadas pelo Evangelho”, disse ele. “Um exemplo: a viúva de um missionário morto pelo Boko Haram, no nordeste da Nigéria, que vive agora em Ibadan, no sul, se envolveu com um novo convertido de origem muçulmana, que veio para a nossa escola para treinamento em missão”, contou.

 

“Eles se casaram em setembro do ano passado. Mais tarde, eles descobriram que em um distrito de Lagos, existem Kanuris (uma etnia originalmente do estado de Borno) vivendo por lá. Agora eles estão empenhados no trabalho missionário, chegando aos Kanuris em Lagos”, ressaltou.

 

Aumento dos ataques

 

O reverendo Ezemadu diz que há agora muitos missionários entre os grupos de refugiados internos e que muitos muçulmanos se converteram ao cristianismo. “O aumento dos ataques está fazendo com que alguns muçulmanos passem a detestar sua religião”, diz ele. “Nós os abordamos com algumas perguntas que fazem eles refletirem, como: ‘É realmente uma religião de paz?’, ‘É realmente o que devemos seguir?’”, contou.

 

“E ao entrarem em contato com os cristãos, que mostram o amor de Deus, a maioria deles acaba se voltando para Cristo. Ouvimos histórias sobre como Deus visitou algumas dessas pessoas por meio de milagres”, pontuou o reverendo que aproveita para relembrar a história de Estêvão, o primeiro mártir cristão, e do apóstolo Paulo, que foi um perseguidor de cristãos.

 

“Deus poderia ter impedido que Estêvão fosse morto, mas Ele o deixou ser morto para que o Evangelho pudesse ir além de Jerusalém”, diz ele. “E então Ele deixou alguém como Paul vir a bordo, a fim de fazer mais coisas. Consideramos Paulo como o primeiro militante do Boko Haram. Sua mensagem era: “Você está seguindo o cristianismo. Por causa disso, você vai morrer’. Isso é o que Boko Haram está fazendo agora. Mas Deus usou Paulo para levar o Evangelho a diferentes lugares”, comentou.

 

“Fora de nossa crise, algo grande virá. Durante anos as igrejas estavam focadas em converter pessoas e reivindicar territórios, sem fazer discípulos. A crise vai agora forçá-los a se voltarem para Cristo e ser dependente dEle”, finalizou.

 

GUIAME

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