Atenção, mulheres: mal-estar e cansaço podem ser sinais de infarto

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Aos 18 anos, eu (Vanessa) perdi meu pai, vítima de infarto. Ele tinha apenas 54 anos. Quando as pessoas sabem disso, logo me perguntam se ele era obeso ou se fumava. Não! Ele era magro, se alimentava de forma saudável, fazia atividade física regularmente e não era fumante.

 

E isso que aconteceu com meu pai não acontece apenas com homens, viu!

 

Parece óbvio, mas as mulheres também sofrem de doenças cardiovasculares e, muitas vezes, quando descobrimos pode ser tarde demais. Afinal, nós neglicenciamos muito mais, pois o coração não recebe tanta atenção da nossa parte como as doenças ginecológicas.

 

Um terço de todas as mortes de mulheres ocorre devido a doenças cardiovasculares. Há 50 anos, as mulheres representavam apenas 10% das ocorrências cardíacas. Hoje, o número chega a 48%, segundo a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). No Brasil, as duas principais causas de mortes entre o sexo feminino são AVC (acidente vascular cerebral) e infarto. Somente no Estado de São Paulo, o número de mulheres internadas por infarto teve um aumento de 60%, entre 2008 e 2015. Entre as pessoas que enfartam, 60% morrem antes de chegar ao hospital.

 

Os dados são realmente alarmantes. E vem crescendo exatamente pela falta de qualidade de vida, estresse, falta de dedicação a atividade física e alimentação, entre outros.

 

Por isso, nós, mulheres, precisamos cuidar melhor da nossa saúde e fazer exames preventivos. No meu caso, que já tenho histórico familiar, preciso ficar ainda mais alerta, segundo explica o cardiologista do Hospital Sírio Libanês, Roberto Kalil Filho.

 

— O problema que como ela não se cuida, quando o problema surge pode ser muito mais grave. Por isso, é necessário fazer avaliação periódica, a partir dos 35 anos. E mais precocemente quem tem histórico familiar. O homem se cuida muito mais que a mulher quando o assunto é coração. O médico do homem é o cardiologista. O da mulher é a ginecologista. A mulher acha que não enfarta. Ela faz exames ginecológicos, mas não faz acompanhamento cardiovascular.

 

Além de se cuidar menos quando o assunto é coração, as mulheres não conseguem ligar facilmente os sintomas a problemas cardiovasculares, porque “eles são atípicos”, segundo explica a cardiologista Roberta Saretta. Nos homens, geralmente, os sinais de infarto são dor no peito, náuseas e suor frio.

 

— As mulheres sentem cansaço, mal-estar, dor de estômago, dificuldade para respirar. E acreditam que isso está ligado a rotina intensa de trabalho. E então, acabam negligenciando o problema.

 

Prevenção já!

 

Além de realizar exames de rotina para medir colesterol, por exemplo, a mulher deve investir em uma alimentação saudável, comendo de três em três horas, e realizar atividade física cinco vezes por semana pelo menos 30 minutos. De acordo com a especialistas, 80% dos fatores de risco são modificáveis.

 

Portanto, se você é mulher e não está cuidando da saúde do seu coração, fique atenta, pois pode ser tarde demais.

 

Boa sorte a nós!!

 

R7.COM

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