Campanhas eleitorais vão bombar nas plataformas digitais

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Os candidatos a vereador nas eleições deste ano enfrentarão desafios por conta da nova legislação eleitoral – que impõe menos gastos – e vão apostar nas campanhas online e no famoso “corpo a corpo” para conquistar os eleitores. As plataformas digitais deverão ser as principais ferramentas dos candidatos para convencer o eleitor a lhe conceder o voto, a partir da apresentação de propostas e da interlocução direta com o público.

 

 

Com o fim da doação empresarial e a redução do prazo de campanha de 90 para 45 dias, entre outras mudanças na lei (veja mais na peça abaixo), os candidatos terão menos tempo e dinheiro para gastar na campanha, o que vai beneficiar aqueles que já têm cargos eletivos, na avaliação de especialistas (leia mais ao lado).

 

 

O especialista em marketing digital e político Gabriel Rossi ressalta que, com as mudanças, a pré-campanha ganhou mais importância, pois o político já pode declarar a intenção de ser candidato, sem pedir voto.
Com menos recursos e tempo de TV, a internet ganha papel de destaque na campanha. “A era das agências com contratos milionários acabou. Não dá mais para fazer aquela campanha pirotécnica. A internet tem sido uma importante plataforma de debate e interação. São mais de 100 milhões de brasileiros com acesso”, aponta.

 

 

Rossi ressalta que esta campanha será um teste para as demais, pois as alterações na legislação passam a valer este ano. Ele aponta, por conta da “ojeriza” à classe política, uma mudança no comportamento do eleitor, que quer conhecer mais o candidato. “Ele tem que conversar com as pessoas, seja no corpo a corpo ou pela internet”.

 

 

Mesmo com esta maior importância, a pré-campanha em Salvador tem sido “devagar”, segundo o coordenador do curso de marketing da Estácio-FIB, Alexandre Mendonça.

 

 

Nesse novo contexto, Mendonça ressalta que o marketing político de longo prazo ganha mais importância. “O candidato que já faz um trabalho de construção e consolidação da imagem de longo prazo sai na frente”. Ele diz que “há um pouco de preocupação nas agências. Antes, o período eleitoral movimentava muito dinheiro, mas o cenário mudou”.

 

 

Estratégias

 

 

Com isso, aqueles que pretendem se candidatar a vereador já preparam as estratégias para conquistar o eleitorado no meio digital e no corpo a corpo. O vereador Vado Malassombrado (DEM), que teve o menor gasto entre os edis eleitos em 2012 (R$ 4.890), segundo o TSE, diz que sua campanha é com trabalho diário.

 

 

“Mantenho contato direto com as pessoas, participo de reuniões de associações comunitárias, escuto os moradores”, diz ele, que costuma andar em um carro com enfeites na Cidade Baixa, seu reduto eleitoral.

 

 

O vereador Edvaldo Brito (PSD), o que mais gastou dentre os eleitos em 2012 (R$ 423.677,69), conforme o TSE, acredita que as mudanças na legislação partem do “100 para o 0. Vamos ver se essa trajetória tão radical vai dar certo”. Ele acredita que só vai se eleger quem demonstrar serviços prestados à população, não pela atuação na campanha. “A partir de 15 de agosto (quando começa a campanha), tem que sair pelas portas, clubes, associações, grêmios estudantis, além de usar a mídia eletrônica, Facebook, Instagram, WhatsApp”, diz.

 

 

Eleitores ainda ignoram pleito

 

 

Pesquisa realizada pelo instituto Paraná Pesquisa revelam que a maioria da população brasileira está ignorando as eleições municipais deste ano. Segundo o levantamento, entre 65% e 70% dos brasileiros ainda não tomaram conhecimento do pleito, uma proporção maior do que em outros anos, segundo o diretor do instituto, Murilo Hidalgo.

 

 

À coluna Direto da Fonte, do Estadão, Hidalgo afirmou que este desinteresse se distribui por igual em todo o país, e favorece quem estiver na frente nas disputas municipais deste ano.

 

 

Segundo ele, a principal razão do distanciamento é que “o cenário político nacional, com crises no Planalto e a Operação Lava Jato, não dá trégua”. Com isso, ele o diretor do instituto prevê uma campanha atípica. “Os novos prazos serão mais curtos, depois das convenções, e a propaganda em rádio e TV também será menor”, afirma.

 

 

Vantagem

 

 

Assim como defendem os especialistas ouvidos por A TARDE, Hidalgo acredita que os candidatos que concorrem à reeleição saem na vantagem, justamente pela redução dos recursos e do menor prazo de campanha e do menor tempo na TV e na rádio. “Faltará tempo aos novos nomes para se tornarem conhecidos”, afirma.

 

 

Além das mudanças na lei ele cita o julgamento do impeachment e as Olimpíadas como eventos que tornam este ano atípico.

 

 

Principais mudanças nas eleições deste ano

 

 

Prazo oficial de campanha – foi reduzido de 90 para 45 dias

 

 

Captação de recursos – está proibida a doação empresarial para a campanha
Declaração – os políticos poderão se apresentar como pré-candidatos, mas desde que não haja pedido explícito de voto

 

 

 

Propaganda na TV e rádio – O período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV foi diminuído de 45 para 35 dias, com início em 26 de agosto, no primeiro turno

 

 

Gastos

 

 

 

As captações para a candidatura só poderão atingir 70% do maior gasto declarado para o cargo no pleito anterior, se tiver havido só um turno, e 50% caso tiver havido dois turnos. No segundo turno, esse valor será 30% do máximo arrecadado para o primeiro turno. Para municípios de 10 mil habitantes, o teto é de R$ 100 mil.

 

 

 

Adesivos

 

 

Só serão permitidos adesivos comuns de até 50 cm x 40 cm ou microperfurados no tamanho máximo do para-brisa traseiro.

 

 

 

Proibições

 

 

 

“Envelopamentos” do carro estão proibidos. Veículos com jingles no dia das eleições também foram proibidos. Está vedado o uso de cavaletes, placas, pinturas de muros e faixas plásticas.

 

 

 

Fonte: A TARDE

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