China vai ordenar sacerdotes para conter crescimento cristão

Families visit the Forbidden City to mark Labor Day at Tiananmen Square in Beijing, China 01 May 2014. ANSA/ROLEX DELA PENA

Families visit the Forbidden City to mark Labor Day at Tiananmen Square in Beijing, China 01 May 2014. ANSA/ROLEX DELA PENA

O governo chinês está decidido a controlar o avanço do cristianismo. Segundo a agência asiática de notícia UCA News, em uma reunião recente a Conferência Episcopal e a Associação Patriótica Católica Chinesa anunciaram que continuarão defendendo as diretrizes oficiais no tocante a nomeação de líderes nas igrejas.

 
A ONG International Christian Concern (ICC) que acompanha a repressão da igreja na China como um todo, afirmou: “O cristianismo está passando por momentos difíceis na China, mas seus números continuam crescendo. Esse é um testemunho do poder do Evangelho, não o sucesso do governo e do Estado”.

 

Desde 1951, com a chegada do Partido Comunista ao poder, a Santa Sé e a China não possuem relações diplomáticas. As igrejas católicas chinesas não ficam sob a autoridade do papa. Sendo assim, a nomeação de bispos locais sequer precisa do consentimento papal. Pequim também impediu que alguns líderes religiosos “rebeldes” exerçam suas funções.

 

Não são apenas os católicos que sofrem intervenções do governo. O pastor da maior igreja protestante oficial da China foi preso mês passado por se opor ao controle do Estado. Gu Yuese foi acusado de “corrupção” pelo partido comunista.
Na ocasião, Bob Fu, presidente da missão China Aid afirmou que Gu, na verdade, foi afastado por que se levantou contra a remoção de cruzes nos templos.

 

“A liderança política está cada vez mais preocupada com o rápido crescimento da fé cristã e sua presença pública, além de sua influência social”, ressaltou Fu.

 
Crescimento e perseguição

 

Muitas igrejas na China continental vêm sendo destruídas e seus pastores continuam sendo presos. Oficialmente, existem hoje cerca de 100 milhões de cristãos no país mais populoso do mundo. Estudiosos acreditam que o número pode ser 3 vezes maior. Ao mesmo tempo, os membros do Partido Comunista Chinês totalizam 86,7 milhões, sendo que a maioria é comunista só de nome.

 

Isso pode ser visto como um fracasso do regime, que desde a revolução na década de 1940, defende que o povo chinês não deveria acreditar em nenhum deus.

 

Recentemente, o líder da Administração de Estado para os Assuntos Religiosos, Wang Zuo’an, afirmou que o governo queria formular uma teologia cristã “compatível com o caminho em direção ao socialismo” que rege o Partido Comunista.
Novas leis

 

Os relatórios mais recentes mostram que todas as autoridades religiosas em breve serão obrigadas a portar cartões de identificação, caso contrário perderão o direito de pregar em público. Inicialmente será assim para padres e monges budistas. Existem negociação com lideranças nacionais para que pastores e líderes islâmicos também precisem se registrar para obter essa identificação.

 

Nate Lance, representante da International Christian Concern, afirmou que a prática remete aos tempos do nazismo.

 

 
GOSPEL PRIME

OUTRAS NOTÍCIAS