Conta da Embasa vai ficar mais cara e população de Feira se revolta

A partir do próximo mês de junho a conta de água ficará 4,9% mais cara. O aumento em Feira de Santana está dando o que falar, uma vez que surpreendeu muita gente. Muitas pessoas acreditam que o reajuste é inviável, e só traz benefícios para a própria empresa. A companhia que oferece os serviços essenciais para a qualidade de vida da população feirense lidera o ranking de reclamações no PROCON, com o serviço de Água e Esgoto oferecido aos moradores.

 

Além da prolongada falta de água, os valores altos das contas é outro problema que alguns moradores têm enfrentado com a empresa. Para os moradores da zona rural a situação é ainda pior, em algumas localidades a água da Embasa chega apenas uma vez por mês. Na tentativa de solucionar o problema vários recursos foram usados, publicações nas redes sociais, formação de queixas no PROCON e até mesmo cobrança na Câmara de Vereadores já foram feitas, contudo mesmo assim esses problemas continuam se arrastando por anos e anos.

 

A esteticista, Rita Priscilla, que é síndica de um condômino no Villa Olímpia onde residem 188 famílias, menciona que toda vez que falta água as pessoas precisam pedir baldes de água aos vizinhos ou vão para casa de parentes tomarem banho. A mesma relata ainda que a suspensão geralmente é feita sem aviso prévio, e que a taxa de esgoto às vezes ultrapassa o consumo de água. “A gente fica chateado porque toda vez que falta água, nunca somos avisados com antecedência. Quando uma conta vence, eles rapidinho sabe cobra juros, a taxa de esgoto é um absurdo, não tem condições da gente pagar, e infelizmente a corda só quebra para o lado mais fraco, então nós ficamos de braços cruzados, pessoas com crianças, com bebê, gestantes e idosos sem poder tomar um banho, sem cair uma gota de água e a nossa alimentação fazemos como? E as necessidades fisiológicas? É uma situação que não vem de hoje é constantemente e são de dois a três dias sem água”, desabafa.

 

Rita cita ainda que a atitude da empresa é uma falta de comprometimento e respeito com os consumidores, e que a última suspensão (de 10 á 13 de maio) trouxe prejuízos. “Eu dependo da água para trabalhar, logo em véspera do dia das mães essa situação, tive prejuízos, porque tive que desmarcar meus clientes em cima da hora”, relata.

 

Ainda de acordo com relatos da população, apesar da religação do abastecimento, a pressão da água permanece baixa, como relata Eridan Ribeiro, morador do Bairro Parque Ipê. “Isso é um problema crítico, existe o transtorno de falta de água, e ainda quando tem água é muito fraca, na minha casa a água chega fraquinha e não consegue subir para o tanque. Então sempre fica assim, uma semana com fornecimento de água, mas fraca, a gente tem que se virar enchendo balde porque a água não sobe para encher o tanque”, menciona.

 

Breves interrupções de duas ou três horas no abastecimento de água já causam transtornos, imagine ficar dois, três ou até 10 dias sem uma gota na torneira. Algumas pessoas cansadas dessa situação crítica que a Embasa as colocavam recorreram à construção de poços artesianos, foi o que fez Eridan Ribeiro, ela que é assistente social e tem dois filhos um de 11 meses e o outro de 3 anos, há um ano construiu um poço no Bairro Parque Ipê. “O serviço da Embasa é péssimo, uma verdadeira falta de respeito com nós seres humanos, a água é essencial para nossa vida. Antes de construir o poço, eu tinha que dar banho nos meninos com água mineral”, relata.

 

 

Folha do Estado

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