Dicionário brasileiro redefine “casamento” após pressão de gays

unnamed (6)Na esteira da aprovação do casamento gay pela Suprema Corte dos EUA e a invasão de perfis coloridos no Facebook mostrando apoio, o movimento pró-LGBT do Brasil dá outro sinal de seu poder de mobilização.

 

Uma petição on-line no site Change.com pedia a alteração da definição de “casamento” no dicionário Michaelis em português. A iniciativa foi do paulista Eduardo Santarelo, que vive há três anos com o companheiro Maurício.

 

Após mais de 3 mil pessoas assinando o pedido em dois dias, a Editora Melhoramentos alterou o verbete no tradicional dicionário. De “União legítima entre homem e mulher” passou para “Ato solene de união entre duas pessoas”. Eliminam-se as palavras homem ou mulher, mostrando a opção pelo que é considerado “politicamente correto”.

 

Breno Lerner, diretor da Melhoramentos, emitiu a seguinte nota: “Agradecemos ao organizador e signatários por nos alertarem sobre este importante tópico. Solicitamos a nossos dicionaristas uma nova redação do verbete.”

 

Por enquanto a mudança só existe na versão digital do dicionário. Contudo, a editora avisa que as versões em papel trarão a nova definição “conforme sejam feitas as reimpressões e novas edições”.

 

O verbete ficou assim: “Casamento: 1 Ato solene de união entre duas pessoas; casório, matrimônio. 2 Cerimônia que celebra vínculo conjugal; matrimônio. 3 União de um casal, legitimada pela autoridade eclesiástica e/ou civil; matrimônio”.

 

A argumentação de Santarelo no Change.org enfatiza que “O casamento entre pessoas do mesmo sexo tem desafios jurídicos e também simbólicos”. Cita também a decisão da Suprema Corte norte-americana e do STF no Brasil.

 

A mudança não é exclusividade do Michaelis. No dicionário Houaiss, casamento é o “ato ou efeito de casar(-se)”, “o ritual que confere o status de casado”. Já o Aurélio define casamento como “contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais”.
Pedro Prata, diretor de comunicação da Change, ressalta que a iniciativa de Eduardo mostra a “eficiência da mobilização” pela internet. “Em dois dias, ele mudou um conceito que permanecia o mesmo há décadas”, enfatizou.

 

Paradoxalmente, há anos uma petição on-line feita por evangélicos no mesmo site não conseguiu impedir a distribuição de traduções da Bíblia que eliminam as palavras “Pai, Filho e Espírito Santo”.

 

Com informações G1

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