Igrejas evangélica e católica concordam com proibição de consumo de bebidas

O presidente do Conselho de Pastores Evangélicos, Enérias Ramos Corrêa, e o arcebispo de Londrina, dom Geremias Steinmetz, manifestaram apoio ao projeto do prefeito Marcelo Belinati (PP) que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas vias públicas da cidade.

 

Os ofícios chegaram no início desta semana na Câmara Municipal. No final de abril, a proposta, a pedido do líder de Belinati no Legislativo, vereador Péricles Deliberador (PSC), foi debatida em uma concorrida audiência pública.

 

Cerca de 80 pessoas, entre moradores do Jardim Higienópolis, área central, diretoria e professores do Colégio Estadual José de Anchieta, favoráveis ao texto, e representantes de entidades gastronômicas, que são contrários.

 

Representante máximo da Igreja Católica, Steinmetz disse que “a bebida, embora seja lícita, não é inofensiva. Por isso, o seu consumo deve ser feito de forma responsável por adultos e em locais apropriados”.

 

Para o arcebispo, “as ruas e avenidas não são ambientes adequados para esse consumo, já que favorecem a falta de controle nos comportamentos, a associação às drogas ilícitas, a prostituição, a criminalidade, a insegurança e depredação do ambiente público”. Ele considerou como “urgente o cuidado do poder público para com a vida e o futuro dos adolescentes e jovens londrinenses”.

 

Dom Geremias encerra o comunicado dizendo que “a vida e a saúde de uma população são bens que sempre deverão ser preservados e respeitados”. O arcebispo acredita que o projeto de lei, diferentemente do conteúdo discutido na Câmara, “não tem a finalidade de proibir as pessoas de beberem ou terem acesso aos ambientes lúdicos, mas resguardar com urgência o direito à paz e segurança de todos os cidadãos. De maneira geral, visa o bem-estar da população e a defesa da família”, concluiu.

 

Em um texto mais curto, o líder dos evangélicos em Londrina avaliou que a proposta de Marcelo Belinati “não acarretará prejuízo ao comércio, nem afetará a liberdade do cidadão de ir e vir, mas garantirá o amparo da lei para aqueles que vinham sendo perturbados. Ao sugerir mais limitações, a prefeitura responde um anseio antigo da comunidade, garantindo que cada um desfrute do seu direito sem danificar o respectivo dever”.

 

O presidente da Abrabar (Associação de Bares e Casas Noturnas do Paraná), Fábio Aguayo, argumentou que a matéria é inconstitucional por jurisprudências do Tribunal de Justiça.

 

Também consultado pela Câmara, ele elencou um projeto semelhante e que foi aprovado em Cascavel, mas derrubado pela Justiça.

 

A entidade defende a intensificação do que chama “Londrina Balada Segura”, uma cópia da legislação implantada em Curitiba. A ideia é promover mais ações de fiscalização da Guarda Municipal, Polícia Militar, CMTU e Secretaria de Fazenda.

 

Depois da audiência pública, o projeto deve ser apreciado até a semana que vem pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico, Segurança Pública e Política Urbana e Meio Ambiente.

 

 

Fonte: Folha de Londrina

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