Jair Bolsonaro diz que usa a Bíblia como inspiração e gosta das comparações que fazem dele com Trump

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é uma figura controversa, muitas vezes comparado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que arrebata cada vez mais seguidores com suas ideias de valorização das raízes brasileiras, da economia nacional e o resgate de valores morais.

 

Cotado como candidato à presidência em 2018, Bolsonaro revelou que poucas pessoas e obras literárias influenciam seu pensamento, e que a Bíblia Sagrada tem lugar especial como um dos pilares de sua formação.

 

Em entrevista à jornalista Anna Virginia Balloussier, Bolsonaro revelou ter lido e estudado a Bíblia ao longo de “uns sete anos”, e afirma “com orgulho” que refletiu sobre seus ensinos “do começo ao fim”.

 

Outro influenciador do pensamento de Jair Bolsonaro é o filósofo Olavo de Carvalho, que também conta com a admiração do colega de Câmara dos Deputados Marco Feliciano (PSC-SP). Olavo – como é tratado pelos admiradores – o teria ensinado “a pensar contrariamente àquele cidadão Paulo Freire”, afirmou, referindo-se ao educador que é adorado pelos militantes de esquerda.

 

Amigo pessoal do pastor Silas Malafaia, Bolsonaro diz que gosta das comparações que são feitas entre ele e Donald Trump: “Éramos muito comparados. A imprensa fazia chacota do Trump, o acusava de ser fascista”, afirmou, lembrando do fiasco que foram as previsões sobre a derrota do bilionário na eleição disputada com Hillary Clinton em 2016, e também da onda de fake news contra ele.

 

Em 2018, Bolsonaro está decidido sobre disputar a presidência da República. Seria a primeira vez que trocaria a segurança de um mandato na Câmara dos Deputados, onde está desde 1991. De acordo com pesquisa do Datafolha, ele tem hoje 16% das intenções de voto, com maior aceitação dos jovens de 16 a 24 anos (23%), ensino superior (21%) e renda familiar mensal de cinco a dez salários mínimos (25%).

 

Sobre as críticas que fazem a ele por não se aprofundar em temas como a economia, responde com uma visão que é o anseio de grande parte dos brasileiros há décadas: a indicação de técnicos para as áreas que exigem conhecimento especializado. “Adianta entender [de economia] se quem vai governar [essa pasta] é o ministro da Fazenda? [Presidente é] que nem técnico, maestro, tem que colocar as pessoas certas no lugar certo”, opinou.

 

Mesmo evitando abrir os detalhes de sua proposta na área econômica, Jair Bolsonaro diz que “definitivamente [pretende estabelecer] uma economia mais liberal”, com menos interferência do governo nos negócios particulares, facilitando assim a vida do empreendedor.

 

O falecido deputado Enéas Carneiro (1938-2007) – até hoje o deputado mais votado da história do país, com mais de 1,5 milhão de eleitores em 2002 – é outro influenciador de Bolsonaro. Uma pesquisa feita pelo Datafolha em 1998 revelou que Enéas era visto pelos brasileiros como alguém “inteligente e brilhante”.

 

Assim, como alguém que saiu do formato comum, quase ditatorial, da política brasileira, falando o que pensa e, muitas vezes, mais do que devia, Jair Bolsonaro vai se apresentando ao público brasileiro e se tornando alguém com chances reais de ir ao segundo turno das eleições presidenciais de 2018, contra adversários que podem ser as figuras que hoje têm o desprestígio da maioria: Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Aécio Neves (PSDB), Marina Silva (Rede Sustentabilidade) ou uma figura da extrema esquerda que represente o PSOL.

 

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