Mulheres não estão presentes em mais da metade das guardas municipais existentes na Bahia

Menos da metade das guardas municipais na Bahia conta com mulheres em suas equipes. No Estado, são 212 cidades que contam com o órgão, mas apenas 93 tem em seus quadros a participação feminina. O levantamento foi apresentado nesta cidade por ocasião do 1º Encontro de Guardas Femininas da Bahia, evento organizado pela Associação de Guardas Municipais de Feira de Santana, com apoio da secretaria local de Prevenção a Violência e Promoção dos Direitos Humanos (Seprev).

 

De acordo com os dados apresentados, o número de mulheres presentes nessas unidades é menor ainda quando se trata da presença delas em cargos de comandantes e corregedoras. “Precisamos ocupar nosso espaço dentro da categoria”, afirma a presidente da Associação, Ângela Porto.

 

O encontro reuniu guardas municipais mulheres de 32 cidades da Bahia no Teatro Municipal Margarida Ribeiro, na véspera do Dia Internacional da Mulher, com o objetivo de debater o papel e a atuação da mulher em uma profissão considerada genuinamente masculina. No evento foram traçadas diretrizes para a atuação das guardas femininas dentro de suas instituições, na caminhada pelo reconhecimento de seu trabalho.

 

O próximo evento será aberto para todo o Brasil e serão convidadas todas as mulheres que fazem parte dos diversos órgãos que atuam em segurança pública, não apenas as guardas municipais – policiais militares, civis, federais, rodoviárias, etc – para que elas possam contribuir também acerca do que pensam sobre suas profissões e o que podem apresentar como sugestão de desenvolvimento nessas áreas.

 

“Podemos trabalhar no operacional”, afirma dirigente

 

A presidente da Associação de Guardas Municipais de Feira de Santana, Ângela Porto (foto), defende afirma uma mudança de conceito no papel exercido pelas mulheres nessas instituições. A finalidade é mostrar que elas sabem fazer segurança pública, que podem desenvolver a mesma capacidade do homem. “Nós não somos só enfeite. Podemos trabalhar na administração, mas podemos também no operacional e fazer com maestria. Os homens precisam entender esse papel. Imaginam que por que estamos sempre arrumadas e maquiadas, só pensamos nisso. Não. Nós sabemos e fazemos segurança pública e estamos provando aqui”, afirma.

 

“A gente não quer proteção, que passem a mão em nossa cabeça”

 

Isabel Cristina (foto), guarda municipal há 16 anos vindo de Juazeiro para o encontro, enfatiza o fato de, somente na última edição, realizada em 2017, o Congresso Nacional de Guardas Municipais ter contado com uma mesa feminina. “Só então pudemos falar sobre nossas situações corriqueiras. Por exemplo, nós recebemos fardamento masculino. Temos mães com filhos recém-nascidos, que precisam de olhares diferentes, como em questões de escalas”. Ela destaca que o objetivo das mulheres não é obter vantagens ou privilégios. “A gente não quer proteção, que passem a mão em nossa cabeça. O que queremos são condições em que possamos render melhor para a instituição”.

 

 

Secom -Foto: João Mascarenhas

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