No Nordeste, vítimas da microcefalia enfrentam o abandono

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A bebê Sofia Valentina, de 7 meses, diagnosticada com microcefalia, passa por consulta no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), na cidade de Recife (PE). Sofia e sua mãe, Vera Lúcia, vivem na cidade de Escada (PE) e uma vez por semana tem que viajar duas horas para que sua filha seja atendida

 

Há dois meses, quando a prima do interior entregou em suas mãos o pequeno José Pedro, a balconista Alessandra Dias, de 34 anos, de Camaragibe, região metropolitana do Recife, não se impressionou com a microcefalia.

 

“Assim que o vi, me apaixonei”, contou. O bebê faz parte de um universo ainda não dimensionado de crianças abandonadas pelas famílias após a constatação da má-formação.

 

Desde outubro, quando a notificação se tornou compulsória, houve 209 registros de microcefalia em Pernambuco. Por isso, Alessandra diz entender o gesto da mãe biológica. “Ela tem outros quatro filhos, um com deficiência mental.

 

A família é muito carente e disse que não tinha como criá-lo com os cuidados necessários. Não tive dúvidas, agarrei e nunca mais vou soltar este menino. É meu filho”, disse. Casada há quatro anos e sem filhos biológicos, Alessandra e o marido, o motorista Ivan Lima, de 38 anos, que apoiou o gesto da mulher, foram à Defensoria Pública de Pernambuco para entrar com o processo de guarda oficial de José Pedro, hoje com 6 meses.

 

R7.COM

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