“O Estado Islâmico voltou seu olhar para o Brasil”, diz jornalista infiltrado no grupo

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No submundo da internet — muito longe das redes sociais — um grupo de brasileiros estariam planejando ações terroristas no País, lideradas pelo grupo Estado Islâmico (EI).

 
As informações foram reveladas por um jornalista que, há um ano e meio, se infiltrou em comunidades radicais na internet e viajou pela Europa para se encontrar com recrutadores do grupo.

 
Em entrevista ao programa Fantástico, da Globo, ele conta que vem seguindo os passos de brasileiros que se dizem prontos para ajudar o EI. Por questões de segurança, ele não foi identificado.

 
Além dos 11 suspeitos presos pela Polícia Federal na última semana, o jornalista diz que existem outros brasileiros em contato permanente para planejar ações. O grupo secreto tem mais de 15 membros. “Eles dizem que estão dispostos a tudo: desde a parte de logística, a planejar, até mesmo cometer o ato terrorista”, disse ele ao repórter Rodrigo Carvalho.

 
“Estão apenas esperando a ordem do recrutador para poder agir. Pode ser de uma forma coordenada ou então em um único ataque de lobo solitário [terroristas que atacam sozinhos]. Ele planeja a ação, a preparação e muitas das vezes ele deixa, como ocorreu em alguns casos, um vídeo declarando seu apoio ao Estado Islâmico”, conta o jornalista.

 
“Nesse grupo, tem todos os tipos de pessoas. Tem desde adolescentes que querem participar, que querem se promover, tem terroristas, que querem realmente se aliar ao Estado Islâmico e cometer um ato terrorista, mas também podem ter agentes de inteligência infiltrados”, ele indica.

 
Esses fóruns na internet são privados. “Você só entra por um convite de alguém que está dentro do grupo”, disse ele. “O primeiro passo é você conhecer o Alcorão. Eles usam uma versão deturpada do Alcorão e fazem alguns testes, perguntando se você sabe os tipos de oração, se você sabe trechos do Alcorão. Eu tive que estudar o Alcorão”.

 
O brasileiro infiltrado diz que o Estado Islâmico já tem seu próprio aplicativo, intitulado “Amaq Agency”. “Nesse aplicativo vão ser feitas trocas de mensagens, só que de uma forma mais segura. Com isso, ele só seria distribuído para os recrutadores e os recrutadores teriam acesso às informações e planejariam as ações com as suas determinadas células”, conta.

 
O aplicativo apresenta, até mesmo, as estatísticas do terrorismo. “Aviões que são destruídos na Síria, pessoas mortas, vídeos de decapitação, vídeos de atentados, comemorações… Tudo isso é distribuído como forma deles tentarem disseminar a ideia”, ele afirma.

 
O jornalista diz que a troca de mensagens do grupo brasileiro ficou mais intensa de dois meses para cá. “O Brasil nunca foi foco. De uns três ou quatro meses para cá, devido aos jogos olímpicos, o Estado Islâmico voltou seu olhar para o Brasil”.

 
Em nota enviada à TV Globo, a Polícia Federal disse que logo no início da operação hashtag teve conhecimento do grupo citado na reportagem, e que um dos integrantes estava entre os alvos da investigação. A polícia afirmou, ainda, que vai continuar acompanhando o caso.

 
GUIAME

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