Após se converter, ex-satanista resgata viciados em SP: “Me sinto mais humano”

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O título de tricampeão brasileiro de judô dava a Paulo César a aparência de uma vida de realizações. No entanto, os cortes em seu rosto revelavam um coração ressecado, preso na prática de rituais satânicos.
“Eu passei 32 anos da minha vida sem chorar, eu não me sentia amado, nem em condições de amar alguém”, disse ao Guiame Paulo César Salgado Oliveira, que hoje é missionário das Junta de Missões Nacionais da Igreja Batista.
Aos 4 anos de idade, através de seu avô, Paulo César teve seu primeiro contato com o ocultismo. “Meu avô era da Casa Mística e a minha mãe, muito católica, tomou uma decisão para que eu não seguisse a religião dele: me colocou numa escola de padres”, relatou.

 

 
Ainda assim, aos 11 anos, Paulo César teve seu primeiro contato com o Espiritismo Kardecista através de seu irmão mais velho, que conheceu a prática enquanto servia ao Exército. Daí em diante, uma religião puxou a outra.
“Através do Kardecismo eu conheci a Umbanda, aos 13 anos de idade. Aos 25 anos de idade, eu tive contato com o Candomblé, e aos 33 anos, eu tive conhecimento da Maçonaria”, conta Paulo.

 
Dentro da maçonaria, Paulo César foi incentivado a ser graduado, e conheceu o satanismo por meio de um feiticeiro. “Hoje carrego marcas no meu rosto. Tenho um corte na cabeça, outro no queixo e mais dois em cada supercílio, formando o sinal da cruz, por causa dos pactos satânicos que fiz”, revela.

 
Poço do mal

 

 
No entanto, aos 48 anos de idade, Paulo César esteve prestes a cometer o maior erro de sua vida: matar a sua família. “Eu estava no fundo do poço do mal”, relembra.

 
Vinte dias antes de cometer o crime planejado, uma de suas irmãs procurou Paulo César e declarou a ele o seguinte trecho bíblico: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gálatas 6:7-8).

 

 
Nesse mesmo dia, sua irmã ligou para o pastor Diego Machado, filho de Humberto Machado, criador do projeto Cristolândia. “Eu estava em minha casa e ele no Rio de Janeiro. Ele me disse: ‘Compre uma passagem e venha, porque eu quero te dar um abraço. Se você quiser voltar, eu pago para você voltar’”, conta Paulo César. “Eu tomei essa decisão e fui.”
Chegando em seu destino, Paulo César se deparou com uma atitude que transformou sua vida. “Ele me abraçou, e eu tive esse sentimento de choro, um sentimento de compaixão. Jesus Cristo entrou na minha vida nesse momento, e eu comecei a buscá-lo intensamente”, disse ele.

 

 
Novas realizações

 

 
Depois disso, Paulo César decidiu não retornar para sua cidade. Ele ficou, por dois anos, imerso no projeto Cristolândia, em um processo de recuperação e restauração. Após passar pelo programa, ele retornou ao litoral de São Paulo não para tirar vidas, mas para resgatá-las.

 

 
“Meu ex-cunhado, que estava muito envolvido com drogas e bebidas, ficou um ano se tratando em uma clínica em Itaquaquecetuba. Minha irmã mais velha, na qual eu ia cometer essa loucura, hoje é cristã, foi restaurada. Minha família toda foi resgatada”, disse ele, comemorando também o fato de ter se casado tempos depois.

 

 
Os motivos para celebrar a Deus não param por aí. Hoje Paulo César coordena a Cristolândia no litoral paulista, é missionário na Junta de Missões Nacionais e seminarista no curso de teologia — mesmo tendo sido formado apenas até a 4ª série.

 

 

 
“Eu tenho três anos e meio de conversão, mas eu vejo que com Deus não é a quantidade de tempo que você tem, mas é a qualidade de tempo. Eu entreguei a chave da minha vida nas mãos de Deus. Minha vida pertence à Deus, e eu estou em transformação”, disse Paulo.

 

 
Além disso, Paulo César dedica seus dias resgatando pessoas através do esporte que já rendeu grandes premiações a ele. “Hoje sou mais do que campeão, porque cuido de vidas através desse esporte. Eu dou aulas em cima de Gálatas 5:22, que fala sobre os frutos do Espírito. Eu tenho feito, através desse esporte, uma ferramenta para ganhar vidas”, comemora.
“A cada dia que eu vou me distanciando daquela terra que eu achava que eu nunca sairia, eu sinto Jesus Cristo me restaurando, me mudando e me qualificando como ser humano”, diz Paulo César, emocionado. “Hoje eu me sinto mais humano do que ser, e esse humano é quem pode ter esse sentimento de compaixão, de ser amado e poder amar.”

 

 

GUIAME

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