Audiência pública discute situação da FAMFS

A situação de Feira de Santana foi debatida nesta quinta-feira (06), na Casa da Cidadania, durante audiência pública.

 

O vereador Edvaldo Lima (PP), autor do requerimento, falou sobre o surgimento da fundação em 1988, por iniciativa da juíza Lourdes Trindade. Segundo ele, o programa atendeu durante 20 anos mais de 300 mil crianças e adolescentes e implantou dezenas de fábricas, como de material esportivo e de reciclagem.

 

O parlamentar ressaltou que a FAMFS obteve destaque nacional e até mesmo internacional. “Temos orgulho desta grande instituição. Infelizmente, hoje, a estrutura está com boa parte abandonada. É uma instituição sem fins lucrativos, com o intuito de beneficiar crianças e adolescentes. A FAMFS precisa voltar a ser o que era. Uma instituição com projetos relevantes e que representou o Brasil em diversos países. Já foram recebidos por diversos chefes de Estado e também pelo papa João Paulo II”, avaliou.

 

O ex-presidente da FAMFS, Antônio Lopes Ribeiro, disse que uma declaração desastrosa de um antigo diretor da Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC) que a “FAMFS não tinha prestado contas” levou ao descrédito.

 

“Esta declaração deu início ao descrédito. Surgiram notícias infundadas de desvio de dinheiro. Uma última acusação pedindo a devolução de R$ 4 milhões de um convênio celebrado entre 2000 e 2003.Como se não tivéssemos utilizado este dinheiro na alimentação e no atendimento a estes adolescentes”, queixou-se.

 

Antônio Lopes defendeu a idoneidade da fundação. E acrescentou que eles possuem uma certidão negativa de processo emitido pelo Tribunal de Contas da União. “A sociedade e a imprensa não podem deixar a fundação ser extinta. Vamos juntos salvar a FAMFS”, clamou.

 

A contadora da fundação, Midiã Leite dos Santos, defendeu a instituição. “É fácil julgar, fácil apontar. Mas eu conheço, sei o trabalho que era realizado e toda prestação de contas. Sei e tenho propriedade do que estou falando. Peço que a comunidade se envolva e lute pela Fazenda do Menor. O coral é a prova que a fundação ainda existe. E precisa ser vista e ouvida”, frisou.

 

O vice-presidente da fundação, Wagner Ismael, afirmou que foi um menor infrator, mas foi ressocializado através dos programas realizados na Fazenda do Menor. “Meu sonho era vir nesta Casa e encontrá-la cheia de representantes políticos, de jornalistas e radialistas. Pois na hora de jogar pedras foram muitos. Mas Deus preparou a hora certa de nos defendermos. Sou um ex-interno que graças ao trabalho da fundação estou sentado ao lado do presidente do Legislativo. A população precisa descruzar os braços e lutar pela FAMFS. O que muda a vida de um menor infrator é o amor”, testemunhou.

 

O advogado Átila Leite utilizou a tribuna para dar seu depoimneto “Conheci a fundação aos 15 anos de idade, trabalhei em um projeto deles realizado na UEFS. Através deste projeto a história da minha vida mudou, descobri a importância da Educação. Mais crianças e adolescentes precisam voltar a ter a oportunidade que eu tive”.

 

O vereador Edvaldo Lima solicitou, do presidente do Legislativo, que um documento pedindo o retorno imediato da Fundação de Apoio ao Menor seja enviado ao Poder Executivo – Municipal, Estadual e Federal

 

O coral da FAMFS finalizou a audiência pública, que foi conduzida pelo presidente do Legislativo, vereador José Carneiro. A Mesa foi composta pelos palestrantes Antônio Lopes Ribeiro, Midiã Leite dos Santos e Wagner Ismael Silva e Josenilson Conceição Dias, presidente da fundação.
Ascom

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