Bate-boca sobre mulher biológica e trans na Comissão da Mulher

Deputadas Cristiane Lopes

Durante sessão da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (30), duas parlamentares discutiram em razão da posição sobre quais mulheres devem ser defendidas.

O grupo de deputados discutia sobre propostas legislativas quando Cristiane Lopes (União Brasil-RO) pediu ao grupo que defenda as mulheres biológicas que cada vez mais estão perdendo seus espaços.

A deputada citou as questões envolvendo a participação de mulheres trans no esporte feminino e até em competições de beleza.

– Cada vez mais estamos perdendo nossos espaços. Por exemplo, as mulheres trans estão no esporte tomando o lugar das mulheres, estão tomando o lugar nos desfiles das festas agropecuárias. Então isso me preocupa; também essa discussão que estamos tendo aqui, daqui a pouco teremos cotas em concursos públicos para mulheres trans e as mulheres, cada vez mais, estarão perdendo seus espaços não só para os homens, mas também para as mulheres trans – disse.

Lopes continuou sua falando dizendo que mulher biológica tem que ser defendida, caso contrário, estará sendo forçada a voltar para o espaço doméstico que, mesmo sendo um lugar digno, não deve ser o único espaço a ser ocupado por quem nasceu mulher.

A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) também entrou no debate e disse que não se trata de discriminação, mas sim de atributos inatos que são diferentes entre homens e mulheres. Ela citou, como exemplo, provas físicas em concurso público onde as mulheres trans (homens biológicos) terão melhor desempenho que as mulheres biológicas.

– A mulher biológica não pode ser preterida em, nem dividir espaço com mulher trans. Com todo respeito, a mulher trans tem que buscar um espaço para elas, mas não ocupar o lugar das mulheres – declarou.

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) foi a primeira a dizer que as declarações da deputada Cristiane Lopes foi desrespeitosa e criminosa e deixou seu tempo de fala para que sua colega de partido, Erika Hilton (PSOL-SP), que é uma mulher trans, se defendesse.

Hilton se revoltou com a fala da deputada rondoniense e fez um discurso crítico, dizendo que a parlamentar cometeu transfobia ao definir as mulheres pelo fator biológico.

– Nós sabemos muito bem o que está colocado na centralidade desse discurso e nessa narrativa que quer excluir a mulheridade de pessoas trans e travestis (…). Tentar usar características biológicas para tentar excluir, desqualificar a mulheridade de mulheres trans e travestis é sim transfobia. Transfobia escrachada! – declarou.

Hilton defendeu a inclusão das mulheres trans citando a questão da prostituição e o alto número de assassinatos dentro da comunidade.

Fonte Pleno News

OUTRAS NOTÍCIAS