Contato com sêmen pode agravar lesões da endometriose, indica estudo

3321258_x720Um experimento realizado com camundongos sugere que a exposição da vagina ao sêmen pode causar o agravamento da endometriose — doença caracterizada pelo crescimento de tecido uterino fora do útero.

 

 
Segundo os autores do estudo que descreve o trabalho, publicado na revista médica “The American Journal of Pathology”, não há indício de que o sexo seja um fator de risco para o aparecimento da doença, mas ele pode agravá-la.
A endometriose pode se manifestar em diversas partes do organismo feminino, tipicamente nos ovários, na pélvis, na vagina e no septo retovaginal (região entre a vagina e o ânus). Quando ocorre em locais propensos a contato com sêmen, as lesões características da endometriose poderiam, então, crescer e piorar.

 

 
O experimento que levou a essa conclusão, realizado por pesquisadores da Universidade de Adelaide (Austrália) consistiu na retirada de pedaços tecido retirado de mulheres com endometriose e tratadas com fluido seminal em pires de laboratório. As amostras foram então implantadas em camundongos especiais de laboratório para simular o comportamento das lesões de endometriose em um organismo vivo.

 

 

Após duas semanas, os implantes que simulavam lesões de endometriose foram medidos. Aqueles que haviam sido expostos a sêmen cresceram oito vezes mais em volume, na média, e pesavam quatro vezes mais.

 

 

Os autores do estudo, liderado pelo pesquisador Jonathan McGuane, afirmam que não sabem exatamente por que isso ocorre, mas possuem uma hipótese plausível.

 

 
O tecido endometrial, afirmam, gera novas células e cresce quando exposto a uma proteína chamada TGF-Beta. Essa molécula é produzida de maneira controlada pelo organismo feminino, mas está presente também no fluido seminal. As células endometriais que crescem sem controle fora do útero, portanto, são estimuladas a proliferar quando em contato com o sêmen.

 

 

Segundo os cientistas, porém, ainda é cedo para determinar se a abstinência sexual ou o uso de preservativos podem mesmo ajudar na recuperação da doença em todos os casos. Para tal, será preciso uma pesquisa com acompanhamento clínico de mulheres.

 

 

“Será importante determinar se rotas fisiológicas de exposição ao fluido seminal de fato contribuem de fato apresentam um risco aumento para endometriose ou contribuem para seu desenvolvimento em mulheres”, escreveram McGuane e colegas no estudo. “Se for esse o caso, mudanças na atividade sexual podem reduzir o risco e podem diminuir a prevalência e severidade da doença.”

 

 

G1.COM

OUTRAS NOTÍCIAS