Demolições de igrejas é a nova onda de perseguição na China

igrejas-na-china-320x179Pelo menos seis locais de cultos cristãos foram demolidos na China nas últimas semanas. O motivo dado pelo governo é a construção irregular dos prédios, mas a real intenção pode ser outra: impedir o crescimento do cristianismo no país.

 
De acordo com o diretor do Centro de Religião e Sociedade Chinesa da Universidade Purdue, Fenggang Yang, a demolição do templo de Wenzhou, na província de Zhejiang, pode indicar um plano ainda maior do governo chinês contra o cristianismo.
“Ainda não está claro se isso é o início de uma campanha mais ampla contra o cristianismo.

 

No entanto, o que aconteceu em Zhejiang deve ter ao menos a aprovação tácita do governo central”, afirmou Yang que é autor do livro “Religião na China: Sobrevivência e Ressurgimento sob o Domínio Comunista”.
O crescimento do cristianismo na China deve preocupar mesmo o governo, pois apesar das sérias restrições o número de fiéis cristãos não para de crescer. De acordo com o Pew Research Center, em 2010 havia entre 9 a 12 milhões de católicos na China e pelo menos 58 milhões de evangélicos.

 

O instituto ressalta que é impossível saber com precisão a quantidade exata de cristãos na China, já que há muitas igrejas clandestinas.

 
O governo controla as igrejas, o Vaticano, por exemplo, não tem autoridade nenhuma sobre a Associação Católica Patriótica Chinesa cujos os sacerdotes são nomeados pela associação que segue os preceitos do Partido Comunista.
Pela Constituição de 1982, cinco religiões são permitidas na China, mas nenhuma delas deve ter influência estrangeira, daí o motivo para Pequim não aceitar a autoridade do Vaticano e nem os padres e bispos ordenados por eles.
A falta de controle no crescimento das igrejas tem feito com que o governo tente barrar o aumento do cristianismo de outra forma.

 

Ao afirmar que os prédios estão ilegais as autoridades conseguem disfarçar o preconceito religioso e derrubar os templos.
Mas para o especialista de Purdue tal justificativa não faz sentido. “O fato é que muitos prédios governamentais, comerciais e outras construções religiosas também violaram regras, mas até aqui a maior parte dos grandes prédios demolidos eram igrejas cristãs”.

 
Além de igrejas objetos como cruzes e imagens também foram demolidos. “Não há nenhuma justificativa legal para tirar cruzes de igrejas ou cortar a luz de igrejas à noite. Que tipo de regra as cruzes ou as luzes violaram? O alvo claramente são as igrejas cristãs”, disse Yang ao jornal britânico Daily Telegraph.

 

Com informações VEJA.

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