Diretrizes de Bolsonaro levam Brasil a colaborar com vitória política de Israel na ONU

Uma votação contra o grupo terrorista palestino Hamas na Organização das Nações Unidas na última quinta-feira, 06 de dezembro, marcou o início de um novo posicionamento diplomático do Brasil, a partir de diretrizes definidas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

 

O Brasil se alinhou com os Estados Unidos e Israel e integrou o grupo de 87 países que votaram a favor de uma resolução que definia um voto de censura ao Hamas. O texto,de iniciativa dos Estados Unidos, acabou não sendo aprovada por não ter alcançado a margem necessária, que seria de dois terços dos membros. Outros 58 países votaram contra e houve 32 abstenções.

 

Nas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro celebrou a nova postura do Brasil, em sentido contrário às escolhas que vinham sendo feitas ao longo dos últimos anos sob a gestão do Partido dos Trabalhadores e também na gestão Michel Temer (MDB).

 

“É a primeira vez que o Brasil vota a favor de Israel contra um grupo terrorista! Vitória! Parabéns ao Itamaraty pelo posicionamento, certamente tal fato colabora para o Brasil deixar de ser um anão diplomático”, escreveu Eduardo Bolsonaro.

 

O deputado revelou que a mudança de postura adotada no voto brasileiro é resultado da visão do novo governo e do futuro chanceler, Ernesto Araújo: “Alertado pelo embaixador Yossi Shelley sobre o fato, encaminhamos a demanda para o governo de transição de Jair Messias Bolsonaro do Brasil. Então, o gabinete do futuro MRE Ernesto Araújo solicitou ao Itamaraty que votasse a favor da censura, junto com EUA e Israel”, afirmou.

 

De acordo com informações da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), Uruguai, Argentina e Chile também votaram a favor do texto. Os dois últimos países têm governos eleitos recentemente com viés liberal/conservador, assim como a futura administração Bolsonaro no Brasil.

 

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, a evangélica Nikki Haley, afirmou que os EUA levam o resultado da votação “muito seriamente”, por se tratar de uma postura que define como os países se comportam diante das demandas: “Antes que a Assembleia Geral possa advogar o acordo e a reconciliação entre os palestinos e Israel, precisa condenar sem ambiguidade e sem condições o terrorismo do Hamas”, afirmou ela antes da votação.

 

De forma objetiva, Haley – que deixará a função ao final deste ano – confrontou os demais países árabes sobre o apoio incondicional ao Hamas: “Eu quero ter um momento pessoal e perguntar aos meus irmãos e irmãs árabes: o ódio é tão forte? O ódio contra Israel é tão forte que vocês defenderão uma organização terrorista, que está diretamente causando danos ao povo palestino? Não é hora de deixar isso de lado? Pela verdadeira paz e segurança em toda a região, não é hora de ambos os lados deixarem isso de lado?”, questionou, conforme informações veiculadas pela CNN.

 

Após a votação, o Hamas divulgou comunicado agradecendo os países que votaram contra o texto proposto pelos Estados Unidos, impedindo que a vitória política se transformasse em medidas práticas contra o grupo palestino, e acrescentou um pedido a “todos os Estados que apoiaram a ocupação israelense e a administração Trump reconsiderem sua posição e retifiquem sua culpa grande e histórica contra o povo palestino”.

 

Por fim, os terroristas afirmaram que a falha em aprovar a resolução foi “um sério fracasso da ‘política de intimidação’ do governo Trump adotada na região”.

 

O representante da Autoridade Palestina na ONU, Riyad Mansour, afirmou que os Estados Unidos propõem medidas “punitivas” ao povo palestino, como por exemplo, a mudança da embaixada do país para Jerusalém.

 

 

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