Em situação de trabalho escravo, irmãos são resgatados no interior da Bahia

Dois irmãos adolescentes foram resgatados em situação de trabalho escravo, em uma fazenda na cidade de Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia. As vítimas têm 16 e 17 anos.

 

De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), um dos irmãos contou que eles chegaram no local ainda pequenos, há cerca de 9 anos. Eles foram levados pelo pai, que também já tinha trabalhado na mesma fazenda, como opção para sair da pobreza e escapar da fome.

 

A casa fornecida pelo proprietário não tinha água encanada nem eletricidade. As vítimas bebiam água de um rio que era usado pelos animais. Além disso, o líquido era armazenado em pote de lubrificante.

 

Conforme o MPT, as condições de trabalho, moradia e higiene a que os menores estavam expostos eram péssimas. Os jovens eram submetidos a diversos riscos, que comprometiam o desenvolvimento físico, mental e social.

 

Para preservar as vítimas, os nomes não foram divulgados. Os irmãos foram resgatados no dia 14 de março, durante uma inspeção do MPT, mas a informação só foi divulgada nesta segunda-feira (9). Conforme o órgão, eles foram encontrados em situações altamente degradantes.

 

No dia 5 de abril, foi realizada uma audiência com o dono da fazenda, Henrique Rubim, para propor o pagamento das rescisões e multas, que terminou sem acordo. Com isso, o MPT irá propor ação na Justiça do Trabalho e encaminhar queixa crime ao Ministério Público Federal (MPF) contra o responsável pela terra.

 

Condições precárias

 

Ainda segundo o MPT, os irmãos dormiam em colchões no chão e sem roupas de cama. As necessidades fisiológicas eram feitas no mato, por conta da falta de local apropriado. A cozinha onde preparam os alimentos era improvisada com um fogareiro a lenha. Os alimentos dos adolescentes eram pendurados com pregos nas paredes, devido a falta de local de armazenamento.

 

O rapaz de 17 anos tinha abandonado os estudos por causa do trabalho e declarou ao MPT que era encarregado de aplicar remédios para matar os carrapatos do gado, de cuidar das cercas quando quebravam, e de comprar o seu próprio alimento com o dinheiro que a mãe mandava. Ele ainda contou que chegava a se sentir mal quando aplicava o remédio nos animais, pois não utilizava máscaras ou luvas.

 

Após o resgate, os jovens receberam a guia do seguro, que dará direito a receber seguro-desemprego por três meses.

 

O pai dos adolescentes contou ao MPT que Henrique Rubim havia prometido pagar R$ 680 por mês aos garotos, mas não cumpriu o acordo e apenas entregava R$ 100 ocasionalmente.

 

Segundo o órgão, o pai também já havia trabalhado na mesma fazenda, em condições semelhantes. O homem contou que recebia uma cesta básica que nem chegava ao fim do mês e que a carne que comia precisava ser pendurada ao sol, pois não havia local para armazenamento.

 

Segundo o MPT, Henrique Rubim também teve uma madeireira de sua propriedade interditada há três semanas, por oferecer graves riscos de acidentes a seus funcionários.

 

 

Fonte: G1/BA

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