Guerra em Israel surpreende caravanas evangélicas

Caravana em Israel (Foto: Reprodução/Instagrram - @caravananovoscomecos)

“Graças a Deus estamos um pouco mais seguros, mas mesmo assim a gente tem sofrido com isso”, disse pastor em Jerusalém
Por Carolina Leão

Centenas de brasileiros em Israel, participando de caravanas de igrejas evangélicas, foram surpreendidos pelos atos terroristas de Hamas no último sábado (07). Até o momento, alguns já conseguiram voltar para o Brasil e outros aguardam em hotéis, esperando poder retornar dentro de poucos dias.

A cantora Gabriela Rocha estava na região de Jerusalém em uma caravana no dia em que tudo começou. Conforme compartilhou em suas redes sociais, ela conseguiu voltar ao Brasil no último domingo e, de acordo com a atualização mais recente, já estava em uma conexão no início desta segunda-feira (09) se preparando para voltar ao Rio de Janeiro.

“[…] Tudo está correndo bem, já conversamos com alguns amigos que ficaram da caravana e alguns já estão também conseguindo voltar para suas casas, suas famílias. Continue em oração por eles também, e continuamos orando para que haja paz, que esta guerra cesse, em nome de Jesus…”, registrou a artista em vídeo.

Israel, que é uma região de importância história e bíblica, chama atenção dos cristãos para conhecer lugares que marcaram grandes relatos das Escrituras. Foi esse fator que motivou o pastor Júnior Andrade, da Igreja Lagoinha em Teresópolis (RJ) a ir pela primeira vez ao país, junto à caravana da Lagoinha do Rio de Janeiro, com Mariana e Felippe Valadão e outros 100 membros da Igreja. Neste momento, o grupo permanece em um hotel em Jerusalém.

Em entrevista à Comunhão, Júnior Andrade explicou que uma das principais motivações para as caravanas neste período do ano foi a celebração de uma das Festas importantes de Israel, que é a chamada Festa dos Tabernáculos. “Muitas pessoas vêm para participar desse período especial, e no último dia da Festa dos Tabernáculos foi que começaram os ataques logo pela manhã na Faixa de Gaza”, contextualizou o pastor.

Como alguém que tem acompanhado de perto os acontecimentos, Andrade falou sobre a proporção do que eles têm vivido. “É muito atípico. O que as pessoas aqui, os judeus, estão falando, é que essa guerra que eles estão vivendo agora vai marcar a história do povo israelense, do Estado de Israel e do mundo. Eles comentaram que não há uma guerra nessa proporção e com esse foco desde o próprio holocausto. A ‘Guerra dos Seis Dias e outras ao longo dos anos eram guerras militares contra militares”, situou.

Diante de tamanha proporção dos ataques, o pastor relatou que, para ele, seu grupo vivenciou um milagre. “Um dia antes do ataque, estávamos em território palestino, onde hoje é Jericó, só que não é na Faixa de Gaza. No dia seguinte, aconteceu tudo isso, e foi um milagre, porque estávamos saindo aqui da caravana bem cedo para aproveitar o dia. E no dia do ataque os pastores marcaram de sair mais tarde, porque seria um dia um pouco mais tranquilo. Graças a Deus, Deus nos abençoou de sair mais tarde e acabou que a gente não saiu”, relembra Júnior Andrade.

O pastor da Lagoinha ainda compartilhou como foi o momento em que tomaram conhecimento do que estava acontecendo. “Ainda no café da manhã do hotel, foi um horror. Mandaram a gente sentar fora das janelas, sentamos e não tínhamos a proporção do que de fato estava acontecendo. Até que em determinado momento, no café, chegaram os judeus do hotel gritando para saírmos, para tirar a gente dali de dentro e a sirene estava tocando”.

Desde o último sábado até hoje, o clima tem sido de tensão. “Desde lá até aqui, a gente tem vivido esses dias desta forma: Quando a sirene toca, a gente tem que sair correndo de onde está e ir para as escadas, onde tem um revestimento maior de concreto”, nas palavras do pastor Júnior Andrade.

Guerra em Israel surpreende caravanas evangélicas

No entanto, apesar de todo contexto de medo e alerta, ele destaca o fato de que onde estão, Jerusalém, não é foco do conflito. “O que estamos vendo aqui é que o terror, de fato, o conflito, acontece nas intermediações da Faixa de Gaza. Só que as investidas maiores são para Telavive, onde tem mais gente. Mas o Hamas envia mísseis na direção de todo Israel. Teve um dia que estávamos orando aqui em baixo, todos nós da caravana, e no meio da oração a gente escutou dois estrondos, que certamente eram mísseis sendo interceptados pelo sistema de segurança de Israel”.

“Graças a Deus estamos um pouco mais seguros, mas mesmo assim a gente tem sofrido com isso. É um clima de tensão o tempo todo, mas de toda forma, sabemos que temos um Deus conosco. A gente tem se reunido como igreja aqui todos os dias”, testemunha Andrade. “Estamos vivendo algo único na história. A gente está intercedendo por Israel na terra de Israel”, completa Júnior Andrade.

Ainda de acordo com o pastor, a previsão é que retornem para o Brasil nesta terça-feira (10), à noite. “Caso a gente não consiga ir no nosso voo, iremos na quarta-feira no avião da Força Aérea brasileira”, conclui o integrante da caravana.

Por Carolina Leão (Revista Comunhão)

OUTRAS NOTÍCIAS