Militância progressista acusa ‘Record’ de racismo por matéria sobre Beyoncé

Há alguns anos, parte da militância LGBT flertou com a Igreja Universal após declarações pessoais de Edir Macedo sobre Jesus não ter condenado a homossexualidade. Agora, os ativistas progressistas repudiam a instituição e a emissora do bispo por referências feitas à cantora Beyoncé no programa Fala Que Eu Te Escuto.

Beyoncé é tida como um ícone progressista, idolatrada pelo público LGBT e símbolo dos movimentos feminista e raciais negros dos Estados Unidos. O Fala Que Eu Te Escuto repercutiu uma acusação contra a cantora, o que foi suficiente para que a RecordTV fosse acusada de associá-la à magia negra.

O imbróglio gira em torno de uma acusação feita pela baterista Kimberly Thompson, ex-integrante do time de músicos da artista, que em 2019 procurou a Polícia para alegar que Beyoncé teria praticado rituais de magia negra contra ela. À época, a polêmica se tornou manchete em diversos portais mundo afora.

Agora, com a repercussão do caso em um contexto corriqueiramente abordado pelo programa da Igreja Universal do Reino de Deus, o mundo sobrenatural, a página Gay-Blog, hospedada pelo portal Uol, afirmou que a emissora de Edir Macedo teria praticado racismo ao falar sobre as acusações à cantora e por descrever o conceito de magia negra na reportagem.

As queixas se deram porque o programa usou, para ilustrar a reportagem, cenas do filme documentário Black is King, escrito e dirigido por Beyoncé e exibido no Brasil pela plataforma Disney+.

“Em pleno 2021, um canal de concessão pública apresenta uma matéria que demoniza as culturas africanas, acusando Beyoncé de praticar ‘magia negra’, e dizendo que esse termo significa a prática sobrenatural para o mal. Não tem outro nome se não racismo”, acusou a vereadora Luana Alves (PSOL-SP).

O blog LGBT hospedado pelo Uol acrescentou: “A problematização se dá não só pelo fato de escolher Beyoncé para ilustrar a reportagem, como também associar a ‘magia negra’ e morte de animais a religiões de matriz africana”, diz a matéria, deixando de lado que a menção à cantora pop se deu pelo simples fato de ela própria ter sido acusada de praticar os rituais supostamente com objetivos malévolos.

Gospel +

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