Número de brasileiros convertidos ao Islã cresce no Brasil, relata Le Monde

download (1)Uma reportagem de página inteira no jornal ‘Le Monde’, deu destaque a situação dos muçulmanos no Brasil. Com o título “Feliz como um muçulmano no Brasil”, a matéria relata o cotidiano dos praticantes do Islã no país.

 

O correspondente do jornal visitou a principal mesquita de São Paulo e constatou que 1/3 os frequentadores do local vêm principalmente do Oeste da África. Muitos deles chegaram no país há pouco tempo, atraídos pela promessa de um “Eldorado brasileiro” ou fugindo da violência dos conflitos em sua terra natal. Mas a grande maioria, comenta a reportagem, é composta por brasileiros, e quase metade se converteu recentemente.

 

O correspondente explica que a religião tem atraído cada vez mais adeptos nos últimos quinze anos. Segundo ele, na mesquita visitada, no bairro paulista do Cambuci, a cada semana entre quatro e seis brasileiros se convertem. A explicação seria, de acordo com o imã Abdelhamid Metwally, entrevistado pela reportagem, “a tolerância formidável que existe no Brasil, onde é possível exprimir sua crença com muita liberdade, o que não é o caso em alguns países da Europa”. Resultado, mesmo que as estatísticas não sejam precisas, estima-se que cerca de um milhão de muçulmanos vivam no Brasil, dos quais entre 30% e 50% seriam convertidos.

 

O crescimento do número de brasileiros convertidos ao Islã e a ascensão ao topo da hierarquia de entidades muçulmanas, já foi destaque em outros veículos de imprensa.

 

O Brasil conta com cerca de 40 imãs e muitos deles não falam português.

 

Segundo a antropóloga Francirosy Ferreira, entrevistada pelo ‘Le Monde’, as conversões ao islamismo são um fenômeno que data dos anos 1920, com a imigração síria, libanesa e palestina. Contudo, a teledramaturgia também foi uma das responsáveis pelo interesse da população pela crença muçulmana. “O lançamento em 2001 na TV Globo da novela ‘O Clone’, que tinha o início de sua intriga situada no Marrocos, suscitou o entusiasmo pelo Islã”, explica a especialista.

 

Os números também apontam que 70% desses novos adeptos são mulheres, com alto nível de escolaridade, vindas de bairros periféricos, analisa a matéria.

 

Fonte: RFI Brasil

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