“O padre parou a missa e mandou a gente sair”, diz babalorixá sobre racismo religioso em Salvador

- Igreja dos Mares — Foto: Henrique Mendes/G1

A Arquidiocese informou que vai apurar a situação antes de fazer um pronunciamento.

Um babalorixá denunciou um caso de racismo religioso em uma igreja católica em Salvador. O incidente ocorreu na sexta-feira (22) e está sendo investigado pela Polícia Civil, por meio da Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid).

De acordo com Adriano Santos, babalorixá que estava acompanhado por dois iaôs, filhos de santo em iniciação no Candomblé, eles foram à Igreja dos Mares em busca da bênção do padre, seguindo um costume de alguns terreiros devido ao sincretismo religioso. No entanto, ao chegarem à igreja, vestidos com roupas da religião de matriz africana, foram interrompidos durante a missa pelo padre, que os mandou sair, alegando desrespeito à sua religião.

“Me senti muito ofendida, me doeu muito. Candomblé é como qualquer outra religião, nós cultuamos a mesma humanidade, o mesmo amor ao próximo, a mesma devoção que qualquer outra pessoa tem com sua religião, nós temos com a nossa”, afirmou Adriano Santos.

Após deixarem a igreja, o grupo denunciou o incidente à Polícia Civil e ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). A Arquidiocese de Salvador informou que vai apurar a situação antes de fazer um pronunciamento oficial.

A mãe de um dos iaôs, que também estava presente no momento da abordagem, relatou que a situação foi rápida: logo após se sentarem em um dos bancos da igreja, foram convidados a se retirar do local pelo padre.

Com informações do G1 Bahia

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