Papa Francisco celebra Reforma Protestante e assina acordo com luteranos, na Suécia

1 Na última segunda-feira (31), durante um evento que integrou a celebração dos 499 anos da Reforma Protestante na Suécia, o papa Francisco e o presidente da Federação Luterana Mundial, Munib Younam, assinaram uma ‘declaração conjunta’

 

No documento oficial ambos os líderes representam as duas vertentes do cristianismo (católica e luterana) e se comprometem a trabalhar juntos para acolher os refugiados e combater o extremismo religioso.

 

Francisco aceitou o convite para participar dos atos comemorativos dos 499 anos da Reforma e assinou a declaração oficial, após uma oração conjunta realizada na Catedral de Lund.

 

“Nós, luteranos e católicos, pedimos um trabalho conjunto para receber o estrangeiro, para atender às necessidades dos que são forçados a fugir por causa da guerra e da perseguição, para defender os direitos dos refugiados e dos que buscam asilo”, diz o texto oficial.

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Na declaração apresentada, ambas as instituições afirmam que esperam impulsionar “o serviço, defendendo os direitos humanos e a dignidade, especialmente a dos pobres, trabalhando pela justiça e rejeitando toda a forma de violência”.

 

“Deus nos convoca para estar perto de todos os que defendam a dignidade, justiça, paz e reconciliação. Hoje, em particular, elevamos nossas vozes para que se encerre a violência e o radicalismo que afeta muitos países e comunidades, inumeráveis irmãos e irmãs em Cristo”, acrescentou.

 

O texto também já celebrava previamente o momento ecumênico de oração na Catedral de Lund e fez menção aos “cinquenta anos e constante e frutuoso diálogo ecumênico”.

 

“Com esta Declaração Conjunta, – lê-se no texto -, expressamos jubilosa gratidão a Deus por este momento de oração comum na Catedral de Lund, com que iniciamos o ano comemorativo do quinto centenário da Reforma. Cinquenta anos de constante e frutuoso diálogo ecumênico entre católicos e luteranos ajudaram-nos a superar muitas diferenças e aprofundaram a compreensão e confiança entre nós”, destacou.

 

“Ao mesmo tempo, aproximamo-nos uns dos outros através do serviço comum ao próximo – muitas vezes em situações de sofrimento e de perseguição. Graças ao diálogo e testemunho compartilhado, já não somos desconhecidos; antes, aprendemos que aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos separa”.

 

Ecumenismo

 

Papa Francisco já vem manifestando há anos o seu desejo de aprimorar cada vez mais o “diálogo inter-religioso”. Um exemplo recente disso, foi que dias antes de ir ao evento na Suécia, o líder maior da Igreja Católica Romana fez menção a Martinho Lutero e destacou que o monge alemão foi o responsável por “tornar a Palavra de Deus mais acessível ao povo”.

 

Anteriormente, Francisco também gerou polêmica – não apenas entre os católicos, mas também entre protestantes – por se reunir com pastores no Vaticano.

 

Muitos cristãos têm apontado esse desejo pelo diálogo inter-religioso do papa como um sinal do fim dos tempos.

 

De acordo com uma pesquisa da organização ‘LifeWay Research’, cerca de 40% dos pastores protestantes americanos afirmam ter uma visão mais positiva sobre a Igreja Católica depois da liderança do pontífice argentino.

 

Para o diretor da LifeWay, Ed Stetzer, o apoio vindo de pastores protestantes ao papa Francisco é algo contraditório.

 

“A pesquisa mostra, de fato, o resultado do ‘Efeito Francisco’, já que ele é apoiado pelo grupo de pessoas nomeadas para protestar contra a própria fé conduzida pelo papa.”

 

“Os precursores dos atuais pastores protestantes — Lutero, Wesley, Spurgeon e muitos outros — certamente não veriam o papa como seu ‘irmão em Cristo’. Dentro de alguns séculos, o papa passou de ‘anti-Cristo’ para ‘irmão em Cristo’ para muitos protestantes”, alertou Stetzer.

 

O pastor Bruno dos Santos também criticou recentemente o conceito do ecumenismo, alertando que nele, o Evangelho entra em conflito.

 

“No ecumenismo, Jesus Cristo perde a sua posição de Cabeça da Igreja, pois o Vaticano diz que a mãe de todas as igrejas cristãs é a Igreja Católica Romana e que o seu cabeça é o Papa. Ele pode mudar até o que Jesus e seus apóstolos ensinaram”, explicou.

 

GUIAME

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