Após um evento oficial em Itaboraí, no Rio de Janeiro, o pastor Felippe Valadão, da Igreja Lagoinha, foi indiciado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) por intolerância religiosa. O caso remonta a maio de 2022, quando o município celebrava seu aniversário com apresentações gospel. Durante o evento, Valadão subiu ao palco e proferiu discursos que foram considerados como incitadores de intolerância.
Segundo relatos, o pastor declarou: “De ontem para hoje tinha quatro despachos aqui na frente do palco. Avisa aí para esses endemoniados de Itaboraí: o tempo da bagunça espiritual acabou, meu filho. A igreja está na rua!!! A igreja está de pé!!!”. Além disso, fez uma afirmação que foi interpretada como ameaça: “E ainda digo mais: prepara para ver muito centro de umbanda sendo fechado na cidade!”.
Após investigações que envolveram o depoimento de testemunhas e análise de vídeo, a Delegacia concluiu que não houve alteração no conteúdo apresentado. A delegada Rita de Cássia Salim Tavares, em seu relatório, destacou a intolerância religiosa e a imposição de um único padrão religioso sem respeitar a diversidade e liberdade religiosa.
Ela afirmou: “A crença ou fé professada por um segmento religioso ou pessoa não pode ser realizada de forma que incite o ódio, o preconceito, a discriminação nem a intolerância.” Salim também apontou que o caso configura discriminação, destacando que qualquer forma de tratamento que vise discriminar, perseguir ou agredir pessoas por questões religiosas caracteriza intolerância religiosa.
Durante as investigações, Valadão afirmou que seu discurso tinha uma duração maior, mas que apenas menos de um minuto foi cortado. Ele também relatou ter se sentido constrangido com a presença de objetos religiosos afro durante o evento, alegando que era o único dia de evento evangélico e se deparar com essa situação o incomodou.
Com informações do (Fonte: G1)
