O objetivo do estudo é entender melhor como os eventos recentes impactaram a evolução da percepção desse segmento religioso sobre o país
Por Patricia Scott
Após o conflito em Gaza ocorrido no início deste ano, a visão dos evangélicos americanos em relação a Israel está em transformação, segundo pesquisa divulgada recentemente. Durante os 11 dias, pelo menos 255 pessoas morreram em decorrência dos ferimentos e mais de 600 ficaram feridas.
O levantamento foi encomendado pelos Ministérios do Povo Escolhido e pela Alliance for the Peace of Jerusalem (Aliança pela Paz de Jerusalém), sendo analisado pela Universidade da Carolina do Norte-Pembroke. O estudo, conduzido por Barna, revelou que 43,5% dos evangélicos culpavam ambas as partes pelo conflito e 34,3% responsabilizavam os palestinos. Cerca de metade dos entrevistados afirmou que consideram as ações do Estado de Israel justificadas, enquanto apenas 21,6% entendem que as ações dos palestinos no conflito tinham fundamento.
A pesquisa aponta ainda que 47,6% dos entrevistados afirmaram que o apoio ao único estado judeu no mundo não mudou. Em contrapartida, 26,2% indicaram aumentou, contra 7,3% que diminuiu. Outros 18,9% não tiveram certeza de como o conflito mais recente moldou sua opinião.
“Nosso objetivo com esta pesquisa foi entender melhor como os eventos recentes impactaram a evolução das visões evangélicas em relação a Israel”, frisou o Dr. Mitch Glaser, presidente do Ministério do Povo Escolhido.
Segundo ele, “os resultados reforçam que uma nova geração de evangélicos são menos favoráveis a Israel do que seus pais e avós, embora o apoio geral a Israel permaneça constante entre metade dos evangélicos pesquisados. Esses entrevistados não indicaram nenhuma mudança em suas visões favoráveis de Israel e mais de 25% disseram que seu apoio aumentou após a guerra de Gaza ”.
Os pesquisadores também descobriram que as preocupações com o antissemitismo não estão ligadas ao que é mais amplamente concebido como justiça social entre os entrevistados evangélicos. Assim, na prática, “justiça social” não inclui o tratamento não discriminatório dos judeus.
Isso não significa, com exatidão, que os cristãos evangélicos americanos não estejam preocupados com o antissemitismo, de acordo com os pesquisadores. Na verdade, os dados revelaram que a maioria dos entrevistados está significativamente preocupada com o antissemitismo. O levantamento também mostra que, embora menos de 40% dos afro-americanos mostrassem apoio a Israel, 58,8% estão preocupados com o antissemitismo.
Como reflexo do conturbado conflito de Gaza, conforme relatado pelo Brookings Institution, as atitudes mudaram drasticamente entre 2018 e 2021. O apoio a Israel entre os jovens evangélicos caiu de 75% para 34%.
Fonte – Comunhão – Com informações The Christian Post e foto reprodução redes social