A futura presidente da Câmara, Eremita Mota (PSDB), deverá posicionar-se contra a retirada da vidraça instalada no plenário, proposta defendida pelo atual dirigente da Casa, Fernando Torres (PSD), que poderá coloca-la em votação nos próximos dias. A matéria já existe, de autoria do vereador Sílvio Dias (PT), em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça. Na sessão legislativa anterior, quando o dirigente provocou um debate ao anunciar o desejo de pôr em votação um projeto com esta finalidade, ela deu a entender não compartilhar da ideia, afirmando que “pior (do que a vidraça) é ter que chamar o policiamento”, para conter eventuais manifestações violentas nas galerias.
Eremita lembra que, no passado, antes de haver a proteção, a Polícia Militar era acionada com frequência, para conter manifestantes que ameaçavam a integridade dos vereadores durante a discussão de projetos polêmicos. Também contrário à proposta, o vereador José Carneiro (MDB), reconhece, no entanto, a atitude do atual. dirigente e seu antecessor, em propor o debate, visto que, pelo Regimento do Legislativo, “não precisaria (pôr o assunto em discussão), pois a Presidência tem o poder de decidir”. Um dos decanos da Câmara, acredita que se não fosse o vidro, colegas seus em legislaturas passadas, como Marialvo Barreto e Getúlio Barbosa, teriam sido atingidos por objetos lançados contra vereadores.
Do seu ponto de vista, é importante discutir e votar agora, quando se aproxima a posse da nova Mesa Diretora pois, se Fernando decidisse, por conta própria, correria o risco de a futura presidente Eremita Mota ter outro pensamento e, simplesmente, assim que assumisse, recolocasse o equipamento, também por medida administrativa. Com decisão da maioria, e por lei, “ela não teria essa atitude”, entende José Carneiro. Paulão do Caldeirão (PSC) considera “retrocesso”, o plenário sem essa proteção. “Já arremessaram sapato e cadeira. Alguém pode entrar armado e a ausência da vidraça vai causar insegurança”, adverte. Também vê o barulho que acontece nas galerias como prejudicial aos trabalhos.
Galeguinho SPA (PSB), igualmente, não crê na “necessidade de modificar”. Edvaldo Lima (MDB) diz que quando chegou à Câmara (ele cumpre o terceiro mandato) tinha o “entendimento de retirar” o vidro do plenário, mas hoje pensa diferente. “É uma proteção. Não estou aleijado por causa dessa vidraça. Ao defender a família e seus valores, fui agredido por ativistas gays, nas galerias, e este equipamento impediu que eu fosse encurralado”, relata.
Ascom- Foto: Mario Neto / ASCOM-CMFS