Voto evangélico se consolida na América Latina e deve ser decisivo no Brasil

O crescimento dos evangélicos não ocorre apenas no Brasil, e uma forma de observar esses números é através da influência que os evangélicos exerceram nas últimas eleições, ocorrida em países como a Venezuela, México e Colômbia.

 

Em todos os casos, os candidatos de partidos evangélicos tiveram grande destaque, como o pastor Javier Bertucci, que tinha 15% das intenções de votos na Venezuela. Um número expressivo, considerando o contexto político do país.

 

Como já era esperado, o autoritário e atual governante da esquerda, Nicolás Maduro, “venceu” a eleição, após boicotar candidatos da oposição e ser acusado de fraudar o resultado das urnas, aumentando a desconfiança internacional contra o seu regime.

 

Na Colômbia não foi diferente. O vencedor das eleições presidenciais do país, Iván Duque, teve forte apoio do eleitorado evangélico. Pautas com temas voltados para a família, liberdade religiosa, contra o aborto, drogas e liberalismo sexual, foram decisivas para dar a vitória ao então candidato.

 

“Quero agradecer a Deus e ao povo colombiano, porque uma nova geração chega para governar com todos e para todos, com a maior votação na história de nosso país”, escreveu Duque em seu Twitter.

 

Rejeição à esquerda

 

O que se observa em comum nos resultados dessas eleições é a tendência de rejeição das políticas de esquerda, consideradas moralmente muito liberais.

 

Até mesmo no México, onde Andrés Manuel Lopez Obrador, que é “esquerdista”, saiu vitorioso, o apoio dos 10 milhões de evangélicos mexicanos foi decisivo.

 

A razão disso é porque o partido evangélico Encuentro Social (PES), chefiado por Hugo Érico Flores, deseja aumentar a sua bancada no Congresso para ser ainda mais representativo. Em troca disso, deu apoio à Manuel Obrador, o que foi decisivo para sua vitória. Todavia, como decisões importantes não chegam ao Presidente sem passar pelo Congresso, tudo indica que essa foi uma manobra do PES visando aumentar a sua influência no futuro.

 

No Brasil a tendência é a mesma. Os dois principais pré-candidatos à presidência, Jair Messias Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede), possuem discursos que agradam ao eleitor evangélico e aos cristãos de modo geral, uns mais e outros menos, o que certamente explica a posição de liderança nas últimas pesquisas.

 

Ainda é muito cedo para falar de uma nova era política na América Latina, governada por maioria conservadora, cristã e à direita. Mas é possível, sim, vislumbrar dias de uma contracultura em andamento, o que pode ser apenas o começo.

 
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