Aos 36 anos moradora de rua obtém certidão de nascimento pela primeira vez

Somente aos 36 anos de vida a moradora de rua Paula Oliveira Correia da Silva conseguiu obter o primeiro documento de validade jurídica de uma pessoa: a Certidão de Nascimento. Ela é uma das pacientes atendidas pelo Programa Consultório de Rua, da Secretaria Municipal de Saúde, que intermediou junto a Defensoria Pública a regularização civil da moradora de rua.

 

A equipe do Consultório de Rua realizava o atendimento a Paula no Centro de Abastecimento, normalmente. Mas quando foi necessário submeter a paciente a um tratamento em uma unidade de saúde, foi constatado que ela não possuía nenhum documento.

 

Em setembro de 2016, na busca pelo tratamento do problema de saúde, a coordenação do Programa procurou a Defensoria Pública. “Depois de realizar a busca nos cartórios de Feira de Santana, e em Castanhal do Pará, lugar de onde a paciente diz ter vindo, as certidões deram negativas. Comprovando assim, que ela nunca havia sido registrada. Demos entrada no cartório e na última quinta-feira ela recebeu o primeiro documento”, descreve a assistente social Monaliza Mello.

 

A coordenadora do Programa, Darlene Santos, diz que a sensação é de dever cumprido. “Pelo que apuramos, é a primeira vez que o Município realiza a abertura de registro tardio para uma pessoa em situação de rua, e assegura esse direito a uma cidadã”, observou.

 

Para Paula, obter o primeiro documento foi uma grande realização. “Eu fiquei muito feliz, porque eu nunca tive documento. Sem isso a pessoa não é ninguém. Eu só tenho a agradecer a essas pessoas que fizeram isso por mim”, declarou a moradora de rua.

 

CONSULTÓRIO DE RUA

 

O Programa Consultório de Rua foi implantado em 2015 e tem como objetivo levar o atendimento de saúde a pessoas em situação de vulnerabilidade social e que vivem em vias públicas. O trabalho é desenvolvido por médico, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistente social e psicólogo.

 
Secom

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